Pós-prelúdio
Eu me acho muito egoísta e primitivo. O sofrimento faz parte da vida. Mas mesmo vindo de onde vim, me entorpeço por desejos mesquinhos, carnais, banais. E plenamente só. E plenamente amado. Poucos me amam e não me amam pouco. O meu amor também é sincero. Eu sou inocente, meu fenótipo me condena malandro, voraz, mas me mostro crente numa bondade humana que jamais existiu. Você que está aí e sofre e é alegre, um complexo ying e yang, saiba que te amo também. Pra sempre. Um brinde corote, meu abraço mais forte.
Eu odeio as rotinas. Odeio mesmo. Odeio os rabos mais abastados-remediados da classe média balançados aos donos de canil que controlam o mundo. Cachorros que se mordem, se degladiam, por demonstrações pífias de afago. E aos vira-latas, só migalhas e farrapos. Eu me sinto hipócrita, bebo da mesma seiva, vindo do outro lado da selva. E bebo das noites, anseio por possibilidades plenamente conhecidas. No amor me assento, sonho pleno, nas paixões que não vem, me desenho e desdenho da minha capacidade de ser hipócrita.
Inocente, hipócrita, engraçado, beberrão, banguelo, inteligente, amado, ignorado. Completamente pelado. Meu livro não escrito é um quadro preto e pardo.
Sou um poeta iniciante que não é iniciante…